Apócrifos são chamados os livros que apesar de atribuídos a um autor sagrado, não são aceitos como canônicos. E qual o exato significado da palavra “canônico”? A palavra deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica.
Sendo assim, que critério a Igreja Católica se utilizou para decidir se um livro, supostamente escrito por um autor sagrado, tem caráter apócrifo ou canônico?
Quando exploramos o assunto, vemos que a “escolha” é feita pela fé, para não dizer conveniência. Os Livros Canônicos são os livros escritos por inspiração Divina. Mas de que forma podem saber quais foram e quais não foram inspirados por Deus?
O que é ainda mais interessante neste assunto é que a própria Igreja reconhece que boa parte desses Evangelhos Apócrifos foram elaborados por autores sagrados. Por que então não são incluídos na “categoria” bíblica? E o que é mais estranho, por que foram perseguidos e condenados durante séculos?
Com o passar dos séculos, o termo Apócrifo foi ganhando outros significados. Na antiguidade, designava obras de uso exclusivo de seitas ou escolhas iniciáticas de mistério. Mais tarde adquiriu o significado de livro de origem duvidosa, ou, segundo o Médio Dicionário Aurélio: “Diz-se obra ou fato sem autenticidade, ou cuja autenticidade não se provou.”
É certo que deve ser muito difícil para a Igreja separar os textos que relatam os fatos da Vida e Obra do Mestre Jesus dos que contam histórias sem autenticidade. Porém, a própria Instituição reconhece hoje em dia o valor de algumas destas obras, ou Evangelhos Apócrifos, os quais nos contam algumas passagens da Natividade, Infância e pregação do Avatar e sua progenitora.
Hoje, a Igreja Católica reconhece como parte da tradição, os Evangelhos Apócrifos de Tiago, Matheus, O Livro sobre a Natividade de Maria, o Evangelho de Pedro e o Armênio e Árabe da Infância de Jesus, além dos evangelhistas “aceitos”.
A maior parte destes textos apareceu nos séculos II e IV e atualmente são considerados “apócrifos”. Na realidade, a única diferença entre eles e os quatro Evangelhos Canônicos resume-se ao fato de que “não foram inspirados por Deus”.
Estes Evangelhos considerados apócrifos foram publicados ao mesmo tempo que os que passam por canônicos, foram recebidos com igual respeito e idêntica confiança e, ainda, sendo citados preferencialmente nos primeiros séculos. Logo, o mesmo motivo que pesa em favor da autenticidade de uns, pesa também a favor de outros. No entanto, somente quatro são aceitos “oficialmente”. De onde os homens buscaram a prova de que estes últimos foram “divinamente inspirados”?
A admissão exclusiva dos quatro Evangelhos hoje aceitos se deu no século IV, no ano de 325 d.C., por ocasião do Concílio de Nicéia e depois referenciado em 363 d.C., no de Laodicéia, como nos é contado por Hollbach, no prólogo de sua ”História Crítica de Jesus Cristo”. No entanto, Irineu, que morrera mais ou menos no ano 200, já expressava sua preferência pelos quatro Evangelhos hoje aceitos como canônicos.
Os Evangelhos Apócrifos mostram uma versão diferente das enunciadas pela Igreja Católica... Os evangelhos apócrifos, conforme a História mostra, eram aceitos por diversas comunidades católicas e foram varridos da História pela Igreja Católica.
Um Breve resumo Histórico dos Evangelhos Apócrifos
O CONCÍLIO DE NICÉIA
325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia ( nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus ( 285 - 337 d.C ), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.
Desde Lúcio Domício Aureliano ( 270 - 275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.
Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários ( 10% da população do império ), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império : Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.
E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado ( doutrina de Arius ) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai ( doutrina de Atanásio ). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" ( isto é, a mesma entidade existente ) do Pai. Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.
Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.
O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de Nicomédia ; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria ; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt ( Bichvinta, reino de Egrisi ). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria ( Itália ) ; Cecilian, de Cartago ( África ) ; Hosius, de Córdova ( Espanha ) ; Nicasius, de Dijon ( França ) e Domnus, de Stridon ( Província do Danúbio ). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.
As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.
Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário. Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo ( O "Credo da Dedicação" ) em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano.
Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.
A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia.
Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno ! Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano.
Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista ), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.
Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio ( um trinitarista ) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinquenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.
Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.
OBS : Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja Católica...
Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembleia de convocados», neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola aos Romanos (16, 5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na residência dum casal de tecelões, Aquila e Priscila, ou a epístola a Filémon (1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito Filémon ; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nícéia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo.
Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano ?
Quando Roma tornou-se o famoso império mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a custa de vidas humanas.
No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o império : As perseguições deveriam cessar ! Nesta época, a Igreja começou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino : "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja primitiva dos Apóstolos ...
Em resumo : Por influência dos imperadores Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação : "Fora da Igreja não há salvação".
Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissenções. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc, onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo.
Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano ( 155-220 ), apologista Cristão.
Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Vieram ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia.
Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada.
Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos.
Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingíveis.
Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.
OS LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS ESCRITURAS
Os quatro evangelhos canônicos, que se acredita terem sido inspirados pelo Espírito Santo, não eram aceitos como tais no início da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos critérios utilizados na escolha dos quatro evangelhos ( reparem na fragilidade dos argumentos...) : "O evangelho é a coluna da Igreja, a Igreja está espalhada por todo o mundo, o mundo tem quatro regiões, e convém, portanto, que haja também quatro evangelhos. O evangelho é o sopro do vento divino da vida para os homens, e pois, como há quatro ventos cardiais, daí a necessidade de quatro evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha sobre os querubins, os querubins têm quatro formas, eis porque o Verbo nos obsequiou com quatro evangelhos”.
As versões sobre como se deu a separação entre os evangelhos canônicos e apócrifos, durante o Concílio de Nicéia no ano 325 D.C, são também singulares. Uma das versões diz que estando os bispos em oração, os evangelhos inspirados foram depositar-se no altar por si só !!! ... Uma outra versão informa que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma que o Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba, através de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro direito de cada bispo, cochichando nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...
A Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente na Bíblia, em contraposição aos canônicos reconhecidos pela Igreja.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo Apócrifos significa :
" Entre os Católicos, Apócrifos eram os Escritos de assuntos sagrados que não foram incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas ". ( destaque nosso ).
Obs - Note que o próprio Dicionário Aurélio registra a expressão : " divinamente inspiradas ". Por que será ?
Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia, diz: "Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos : O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus."
Perguntamos : Quais foram os motivos para excluir esses Livros das Santas Escrituras definitivamente ? Será que os "santos padres" daquela época se achavam superiores aos Apóstolos e mártires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a Cristo e ao judaísmo ? De que poder esses mesmos "santos padres" se revestiam a ponto de afirmarem que alguns Textos Evangélicos não representavam os ensinamentos e a Palavra de Deus ?
Visando maiores esclarecimentos, sugerimos, para aqueles que desejam aprofundar-se no assunto, uma leitura dos Livros que tratam com mais detalhe esse tema, os quais podem ser encontrados no Site Submarino :
Parte 1 e Parte 2
Existem mais de 60 evangelhos apócrifos, como os de Tomé, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, etc. Foi um bispo quem escolheu, no século IV, os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Concílio de Trento. Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até luta física entre os participantes, o Concílio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a Oração de Manassés sairiam da Bíblia. Em compensação, alguns textos apócrifos foram incorporados aos livros canônicos, como o livro de Judite (acrescido em Ester), os livros do Dragão e do Cântico dos Três Santos Filhos (acrescidos em Daniel) e o livro de Baruque (contendo a Epístola de Jeremias).
Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner ( in Catolicismo Romano ) cita o seguinte : " O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram ? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina ? "
No inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: " Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade ". Disse isso, mesmo diante dos acontecimentos acima relatados e que eram de conhecimento geral.
Havia então, os Evangelhos dos Naziazenos, dos Judeus, dos Egípcios, dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4 “sorteados” e oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180 D.C, disse: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtraí-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Não é razoável supor que uma "palavra divina" possa ser alterada assim tão fácil e impunemente por mãos humanas. Que fique na dependência de ser julgada boa ou má por juízes e dignitários eclesiásticos.
Só me foi possível escrever este livro através dos conceitos que pude assimilar da obra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal de Abdruschin. ( Segundo o Dic. Aurélio: Graal – Vaso Santo de esmeralda que segundo a tradição corrente nos romances de cavalaria, teria servido a Cristo na última Ceia, e no qual José de Arimateia haveria recolhido o Sangue que de Cristo jorrou quando o centurião lhe desferiu a lança ).
Como vá vimos no artigo "Qual a importância dos apócrifos?", existem alguns livros escritos antes ou pouco depois de Cristo que tinham como intenção figurar como Escritura Sagrada.
Mas, pelo Magistério da Igreja e assistência do Espírito Santo, esses livros espúrios foram definitivamente afastados, restando apenas o cânon bíblico que guardamos até hoje. Por esse motivo, muitos desapareceram, outros sobreviveram em uma ou outra comunidade
antiga, ou, ainda, em traduções, fragmentos ou citações.
A seguir, apresentamos uma lista exaustiva de livros apócrifos do Antigo e do Novo Testamento que, embora longa, provavelmente não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, bem demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de "completar" a Bíblia.
Incluímos também, ao final, os manuscritos encontrados em Qumran, nas grutas do Mar Morto, que foram escritos ou preservados por uma comunidade que vivia nesse deserto separada dos grupos religiosos da Palestina do tempo de Jesus (Saduceus, Fariseus, Samaritanos, etc.). Esse grupo, denominado Essênio, como podemos ver, considerava o Antigo Testamento como Escritura Sagrada (inclusive os deuterocanônicos), mas tinha como característica própria seguir ainda outros "livros sagrados".
Portanto, temos como apócrifos as seguintes obras:
ANTIGO TESTAMENTO
1. Apocalipse de Adão
2. Apocalipse de Baruc
3. Apocalipse de Moisés
4. Apocalipse de Sidrac
5. As Três Estelas de Seth
6. Ascensão de Isaías
7. Assunção de Moisés
8. Caverna dos Tesouros
9. Epístola de Aristéas
10. Livro dos Jubileus
11. Martírio de Isaías
12. Oráculos Sibilinos
13. Prece de Manassés
14. Primeiro Livro de Adão e Eva
15. Primeiro Livro de Enoque
16. Primeiro Livro de Esdras
17. Quarto Livro dos Macabeus
18. Revelação de Esdras
19. Salmo 151
20. Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)
21. Segundo Livro de Adão e Eva
22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)
23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)
24. Segundo Tratado do Grande Seth
25. Terceiro Livro dos Macabeus
26. Testamento de Abraão
27. Testamento dos Doze Patriarcas
28. Vida de Adão e Eva
NOVO TESTAMENTO
1. A Hipostase dos Arcontes
2. (Ágrafos Extra-Evangelhos)
3. (Ágrafos de Origens Diversas)
4. Apocalipse da Virgem
5. Apocalipse de João o Teólogo
6. Apocalipse de Paulo
7. Apocalipse de Pedro
8. Apocalipse de Tomé
9. Atos de André
10. Atos de André e Mateus
11. Atos de Barnabé
12. Atos de Filipe
13. Atos de João
14. Atos de João o Teólogo
15. Atos de Paulo
16. Atos de Paulo e Tecla
17. Atos de Pedro
18. Atos de Pedro e André
19. Atos de Pedro e Paulo
20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos
21. Atos de Tadeu
22. Atos de Tomé
23. Consumação de Tomé
24. Correspondência entre Paulo e Sêneca
25. Declaração de José de Arimatéia
26. Descida de Cristo ao Inferno
27. Discurso de Domingo
28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro
29. Ensinamentos de Silvano
30. Ensinamentos do Apóstolo [T]adeu
31. Ensinamentos dos Apóstolos
32. Epístola aos Laodicenses
33. Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos
34. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões)
35. Epístola de Pedro a Filipe
36. Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes
37. Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador
38. Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos
39. Epístola do rei Abgaro a Jesus
40. Epístola dos Apóstolos
41. Eugnostos, o Bem-Aventurado
42. Evangelho Apócrifo de João
43. Evangelho Apócrifo de Tiago
44. Evangelho Árabe de Infância
45. Evangelho Armênio de Infância (fragmentos)
46. Evangelho da Verdade
47. Evangelho de Bartolomeu
48. Evangelho de Filipe
49. Evangelho de Marcião
50. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betânia)
51. Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias)
52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)
53. Evangelho de Pedro
54. Evangelho de Tome o Dídimo
55. Evangelho do Pseudo-Mateus
56. Evangelho do Pseudo-Tomé
57. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos)
58. Evangelho dos Egípcios
59. Evangelho dos Hebreus
60. Evangelho Secreto de Marcos
61. Exegese sobre a Alma
62. Exposições Valentinianas
63. (Fragmentos Evangélicos Conservados em Papiros)
64. (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas)
65. História de José o Carpinteiro
66. Infância do Salvador
67. Julgamento de Pôncio Pilatos
68. Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria
69. Martírio de André
70. Martírio de Bartolomeu
71. Martírio de Mateus
72. Morte de Pôncio Pilatos
73. Natividade de Maria
74. O Pensamento de Norea
75. O Testemunho da Verdade
76. O Trovão, Mente Perfeita
77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria
78. "Pistris Sophia" (fragmentos)
79. Prece de Ação de Graças
80. Prece do Apóstolo Paulo
81. Primeiro Apocalipse de Tiago
82. Proto-Evangelho de Tiago
83. Retrato de Jesus
84. Retrato do Salvador
85. Revelação de Estevão
86. Revelação de Paulo
87. Revelação de Pedro
88. Sabedoria de Jesus Cristo
89. Segundo Apocalipse de Tiago
90. Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
91. Sobre a Origem do Mundo
92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono
93. Tratado sobre a Ressurreição
94. Vingança do Salvador
95. Visão de Paulo
ESCRITOS DE QUMRAN
1. A Nova Jerusalém (5Q15)
2. A Sedutora (4Q184)
3. Antologia Messiânica (4Q175)
4. Bênção de Jacó (4QPBl)
5. Bênçãos (1QSb)
6. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)
7. Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)
8. Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)
9. Comentários sobre Habacuc (1QpHab)
10. Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164)
11. Comentários sobre Miquéias (1Q14)
12. Comentários sobre Naum (4Q169)
13. Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167)
14. Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173)
15. Consolações (4Q176)
16. Eras da Criação (4Q180)
17. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)
18. Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185)
19. Gênese Apócrifo (1QapGen)
20. Hinos de Ação de Graças (1QH)
21. Horóscopos (4Q186/4QMessAr)
22. Lamentações (4Q179/4Q501)
23. Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)
24. Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq)
25. O Triunfo da Retidão (1Q27)
26. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)
27. Orações Diárias (4Q503)
28. Orações para as Festividades (4Q507-4Q509)
29. Os Iníqüos e os Santos (4Q181)
30. Os Últimos Dias (4Q174)
31. Palavras das Luzes Celestes (4Q504)
32. Palavras de Moisés (1Q22)
33. Pergaminho de Cobre (3Q15)
34. Pergaminho do Templo (11QT)
35. Prece de Nabonidus (4QprNab)
36. Preceito da Guerra (1QM/4QM)
37. Preceito de Damasco (CD)
38. Preceito do Messianismo (1QSa)
39. Regra da Comunidade (1QS)
40. Rito de Purificação (4Q512)
41. Salmos Apócrifos (11QPsa)
42. Samuel Apócrifo (4Q160)
43. Testamento de Amran (4QAm)
OUTROS ESCRITOS
1. História do Sábio Ahicar
2. Livro do Pseudo-Filon
VEJAMOS, ABAIXO, ARTIGO DE OACIR SADER:
(...) O ano de 2006 surpreendeu a todos os cristãos com a divulgação para todo o planeta, pela emissora de televisão a cabo “National Geographic”, do evangelho segundo Judas, após ter este ficado desaparecido por cerca de 1700 anos. A sua existência já havia sido confirmada, historicamente, por Irineu, primeiro bispo de Lyon, na metade do século II, quando o denunciou por heresias.
Contendo 26 páginas em papiro, transcrito de um texto ainda mais antigo, o evangelho está escrito em dialeto copta (Egito antigo); tendo sido autenticado depois de rigorosos testes, por especialistas, como sendo oriundo do século III. Acredita-se que o Evangelho foi copiado por volta de 300 d.C. e encadernado em couro, ficando desaparecido desde então. Em 1970 foi descoberto no deserto egípcio de El Minya.
Passado nas mãos de diversos vendedores de antiguidades, acabou chegando à Europa, e, mais tarde, aos Estados Unidos, permanecendo no cofre de um banco de Long Island por cerca de 16 anos, o que levou a sua deterioração em cerca de trinta por cento. Em 2000, foi comprado por um antiquário suíço, que preocupado com a sua deterioração, entregou-o, em fevereiro de 2001, à fundação suíça Maecenas Foundation for Anciente Art, com o objetivo de que ele fosse devidamente preservado e traduzido. Após a restauração, a análise e tradução ficaram a cargo do professor Rudolf Kasser, da Universidade de Genebra. O seu destino agora deverá ser o museu do Cairo.
Contestando a versão dos quatro Evangelhos bíblicos, o de Judas evidencia que não houve traição dele a Jesus como propalado, mas que, a atitude de Judas de entregá-Lo aos Romanos foi em decorrência de pedido feito pelo próprio Jesus. Judas deveria agir dessa forma para que o espírito de Jesus fosse libertado da vestimenta corpórea, conforme consta em uma passagem do evangelho:
Você superará todos eles. Você sacrificará o homem que me cobriu.
E Judas “traiu”, entregando Jesus aos soldados imperiais com um beijo.
Essa versão da história contada no evangelho segundo Judas de que a traição foi uma representação pedida por Jesus pode, a princípio, parecer sem sentido; entretanto, certo é que Jesus detinha em seu íntimo clara missão a ser cumprida. Além disso, é preciso considerar que o Jesus dos evangelhos apócrifos se apresenta bem distinto daquele inserto na Bíblia.
O Jesus esotérico dos textos não bíblicos transmitia aos seus discípulos conhecimentos mais complexos que aqueles divulgados pelo cristianismo. Como exemplo de ensinamentos mais densos, veja a surpreendente resposta de Jesus ao questionamento de um discípulo:
- Mestre, onde você foi e o que fez quando nos deixou?
- Eu fui para outra grande e santa geração.
Com esse diálogo, ainda mais confirmado pelos textos que se seguiram no evangelho, Jesus quis enfatizar que esteve em outra dimensão, provavelmente em viagem extracorpórea, embora não tenha explicado a maneira pela qual se utilizou para estar em outro local dimensional.
Voltando ao tema da traição a pedido, é encontrada em seu evangelho a passagem em que Judas comenta com Jesus sobre uma visão que teve mostrando o conceito ruim dos demais apóstolos para com ele em razão de seu ato de entregar Jesus aos Romanos:
Na visão, eu vi como os doze discípulos estavam me apedrejando e perseguindo severamente (...) também fui para um lugar (...) vi uma casa (...) meus olhos não puderam compreender o seu tamanho...
E Jesus lhe respondeu:
Nenhuma pessoa de nascimento mortal é merecedora de entrar na casa que você viu. Aquele lugar é reservado para os santos (...) Você superará todos eles {os discípulos} Você sacrificarás o homem que me cobriu (...) Erga para cima seus olhos, veja a nuvem e a luz dentro dela e as estrelas que a cercam. A estrela que conduz é a sua estrela. Judas ergueu para cima os olhos e viu a nuvem luminosa (...) e ouviu uma voz vinda da nuvem... {o texto sobre voz foi perdido em virtude da deterioração do pergaminho}
Como visto nos trechos citados, não se pode falar de traição de Judas, mas, sim, de cumprimento do que lhe fora pedido por Jesus e por planos espirituais superiores.
Registro aqui que, intuitivamente, desde muito jovem, eu não via Judas como traidor e, sim, como personagem importante de um cenário necessário. Por essa razão, ao conhecer as passagens do evangelho segundo Judas, não fiquei surpreso, apenas, senti grata confirmação daquilo que já vivenciava em meu íntimo desde criança.
Desde a descoberta, em 1945, em Nag Hamadi, no alto Egito, dos evangelhos de Tomé e Maria Madalena, outros textos apócrifos têm sido difundidos ultimamente, gerando polêmicas sérias sobre o real enfoque espiritualista. Entre eles, destaco o de Maria Madalena, embora tida com prostituta, foi, em verdade, a discípula mais próxima de Jesus em todos os sentido, em especial, na captação de seus ensinamentos espirituais.
Cito, a seguir, algumas passagens do evangelho segundo Maria Madalena que apresentam visões especiais sobre a espiritualidade ensinada pelo Mestre Jesus.
É necessário viver em harmonia com todos, porque os seres estão interligados, cada um é importante componente do todo. Assim, Jesus disse:
Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência...
Os pecados (ações e sentimentos negativos), segundo Jesus, são criações do homem, levando-o a sair do equilíbrio, gerando, por conseqüência, doenças e morte. Sobre essa visão, tão comum atualmente entre os terapeutas holísticos, Jesus ensinou:
Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem. Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça.
Sobre a espiritualidade, Jesus foi claro em dizer que esta precisa ser buscada no interior de cada um, pois é no íntimo do ser que se encontra a presença divina, que precisa ser alcançada e vivida plenamente. Nesse sentido, Jesus falou, alertando para que não fosse ensinado nada diferente do que ele mostrou:
Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas.
No final da citação anterior, pode-se ver que Jesus alertou a seus discípulos, antevendo os fatos que acabariam dominando as religiões do futuro, que não ensinasse nada além do que havia sido mostrado por Ele.
Com o mesmo enfoque de busca interior da espiritualidade, encontra-se uma passagem em outro evangelho apócrifo (segundo Tomé), através da qual Jesus ensinou:
O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sóis os filhos do Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza.
Esses ensinamentos, encontrados no Evangelho de Maria Madalena e de Tomé, constituem-se, essencialmente, na base dos estudos difundidos pelos espiritualistas, que enfocam a necessidade de se buscar a evolução espiritual no interior de cada ser, procurando a presença divina e se tornando una com ela.
Paralelamente à profunda mensagem espiritualista encontrada nos evangelhos citados, cujo conteúdo nem sempre é devidamente divulgado, outra questão tem ganhado relevância especial e até grande destaque na mídia: a ligação singular de Jesus e Maria Madalena; situação que ensejava até questionamentos entre os próprios discípulos como se vê na fala de Pedro, abaixo transcrita do evangelho segundo Madalena:
Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos as palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem ouvimos (..} Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós? Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?
Em face desse diálogo entre Pedro e Maria Madalena, Levi interviu:
Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou.
Inegavelmente, a ligação de Jesus e Maria Madalena ia mais além, como se lê em outro evangelho apócrifo, o de Felipe, no seguinte trecho:
E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência na boca. O resto dos discípulos ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: Porque tu amas mais do que a nós todos?
Como observei anteriormente, o mais importante, a meu ver, sobre os evangelhos chamados apócrifos, é que eles vieram enfocar uma outra forma de viver a espiritualidade, desapegada de rituais e religiões, mas vivenciada no interior de cada um, com reflexo nos comportamentos externos, em todos os lugares, principalmente fora dos templos. Contudo, entendo justo ter chegado o momento para que seja revelado, também, o amor maravilhoso vivenciado por Jesus e Maria Madalena, que em nada os desvaloriza, mas que enfatiza a justa e bela forma de amar a dois, sem qualquer comprometimento de suas atividades espirituais; pelo contrário, contribuiu para a manifestação espiritual do amor incondicional por todos.
Tal como escrevi em março de 2005 no meu artigo “Maria Madalena, uma outra história”, sabe-se por mensagens canalizadas que Maria Madalena e Jesus são almas gêmeas e que encarnaram na palestina com missão de ajuda mutua. Convergindo para essa tese, Célia Fenn, canalizou, recentemente, importante mensagem de Maria Madalena, cujos trechos abaixo transcrevo, mostrando definitivamente a grandiosa importância de Madalena e a ligação singular com Jesus.
Maria Madalena se apresenta na mensagem canalização da seguinte forma:
Eu sou Maria Madalena. Talvez me conheçam, mas poucos de vocês sabem quem sou na realidade, ou quem fui. Pois sim, fui a companheira do que se chamou Yeshua Ben Josef. E sim, há muitas histórias a respeito de nós e das nossas vidas. Ambos fomos Avatares da Nova Era da Consciência "Crística", mas os que escreveram essas histórias estiveram influenciados pelas suas crenças de que a única experiência importante era a masculina, e por isso a vida do Avatar Feminino, Maria Madalena, foi negligenciada e esquecida.
Madalena explica o plano que foi feito para que ela e Jesus nascessem no mesmo período:
Mas foi necessário que, para equilibrar a futura Idade Dourada, nascesse um Avatar de cada sexo, e que eles se unissem como companheiros, criando os perfeitos Modelos para a Futura Era de Luz! E assim foi! Nasci numa família normal de Israel, mas eu nunca fui "normal". Levava no meu interior a Chama Sagrada do Feminino Divino desde o momento em que fui concebida como humana. Nasci como uma perfeita Menina "Crística". Fui a “filha” encarnada da Mãe Divina. Igual a Yeshua, fui treinada pelas mulheres nos ensinos secretos dos Essênios. Como ele, eu era um grande prodígio pelo meu saber e conhecimento das antigas artes da sabedoria das mulheres que estava bem alem dos meus anos.
Sobre a União Sagrada, expressão de sabedoria espiritual e de amor incondicional, Madalena assim falou em sua mensagem canalizada:
Esta união apaixonada do sexual e do espiritual é o que conduziu à remoção da história de Maria Madalena e da sua União Sagrada com o Yeshua Ben Josef das histórias que comemoram a vida de Yeshua. E sim, chamaram-me "prostituta" e "impura" pelo meu conhecimento dos dons do êxtase sexual. Que triste foi que o caminho do Feminino Divino não fosse honrado ao mesmo tempo que o caminho do Masculino Divino representado por Yeshua. De fato, essa omissão conduziu à distorção da verdade a respeito das nossas vidas. Porque o verdadeiro caminho do Avatar não foi o sofrimento e o martírio. Essa foi uma interpretação posterior feita por quem tinha outros planos. O verdadeiro caminho do Avatar foi criar um caminho para o Êxtase e a Unidade através do Amor Incondicional. E foi alcançado por nós! Foi esta realização que agora nos permite que levemos a vocês os ensinos da União Sagrada e os caminhos do Feminino Divino e do Masculino Divino. Esta foi a maior realização das nossas vidas, e essa Alegria e esse Amor é o que queríamos transmitir como nosso legado, não o sofrimento nem o derramamento de sangue das incontáveis guerras e cruzadas disputadas num entendimento errôneo da natureza da energia Divina Masculina e do caminho de Yeshua!
E finaliza, dizendo sobre o momento de se viver o relacionamento de chamas gêmeas:
Queridas irmãs, é hora de elevar a vossa consciência novamente e ver que o vosso corpo é o Templo da vossa Alma e do vosso Espírito. É um corpo Feminino, um corpo de mulher, e é o Templo do Feminino Divino. Esta é uma energia poderosa e sagrada, uma chama da energia Solar Feminina que lhes permite experimentar a energia da Fonte como uma Grande Mãe. Mas também lhes permite experienciar o êxtase de uma relação entre Chamas Gêmeas na qual se reúnem o Divino Feminino e o Divino Masculino ao serviço da Fonte e de seu Amor por Tudo O Que É!
Percebi, pela intuição, que seria importante juntar, aos textos apócrifos, alguns trechos canalizados, para que, com isso, pudesse ser observado, que a história do cristianismo e a visão da sexualidade foram manipuladas e deturpadas igualmente nesses dois mil anos. Mas, ao mesmo tempo, é possível ver com alegria, que é chegado o tempo para o florescimento da verdade, tanto através dos evangelhos apócrifos que reapareceram recentemente, como pelas mensagens canalizadas, que fluem em quantidade por todo o planeta.
Como se pode ver, o caminho ensinado por Jesus foi a espiritualidade interior, gerando o amor incondicional praticado; mas, isso em nada se contrapõe ao amor físico, sexual, a ser vivido a dois, que a rigor, constitui-se de pura e fantástica energia divina, gerando a alegria de viver e praticar o amor incondicional para com tudo que existe. Desse modo, Jesus e Maria Madalena viveram essa experiência plena aqui na Terra, em suas missões especiais para disseminar o amor incondicional.
Não quero, com este artigo, melindrar as pessoas e a fé de ninguém, no entanto, estou convencido de que se pode repensar a história do cristianismo, vê-la de outra forma, mais realista e não menos bela. Pelas novas e fundamentadas informações, tão amplamente divulgadas, com base em documentos históricos legítimos e por importantes mensagens canalizadas, parece inegável que Jesus e Maria Madalena deixaram legados de puro amor a dois, de puro amor incondicional, de esperança, de certeza na vida eterna a ser vivida pelos casais de almas gêmeas a começar pela vida terrena.
Na madrugada do dia 15 de julho de 2006, quando este artigo já estava praticamente terminado, meu corpo astral teve um encontro emocionante: com Jesus e Maria Madalena. Diferente da experiência em que me vi em Jerusalém testemunhando um de Seus milagres (ver texto “Presente Espiritual”, do livro “Outra vida nova chance”), quando Jesus era bem moreno e usava barba escura (seu verdadeiro corpo terreno); desta feita, Jesus se apresentou com o seu corpo astral: estatura alta, pele e cabelos claros. Entre outras questões, Ele me disse que os Seus ensinamentos terrenos foram destorcidos ao longo do tempo, afetando consideravelmente o rumo da história espiritual terrena; pois muito do que se sabe, ensinado pelas religiões, não corresponde efetivamente ao que Ele deixou de legado em sua passagem terrena.
Se as pessoas foram sabotadas pela história tradicional ao longo de dois mil anos, seja por ignorância ou interesses escusos, é tempo de abrir os olhos e ver a bela realidade, sorrindo, de uma história fascinante e revolucionária, que pode e certamente levará às pessoas a repensarem as suas vidas, as suas práticas religiosas e existenciais. “Quem tem ouvidos para ouvir que ouça” {fala de Jesus no evangelho segundo Maria Madalena}.
Luz, amor e verdade,abraços fraternos, Moacir Sader
Os temas constantes do livro "Viagem à cidade espiritual de Necanerom" (204 páginas):Experiências astrais e Necanerom / Premonições / Transformação quântica do pensamento / Nova era sendo implantada / Almas gêmeas na nova era / Eu Sou presença Divina / Jesus e o Sermão da Montanha / Maria Madalena, outra história / Evangelhos apócrifos / As mensagens de Jesus para a nova era / O poder da fé na cura cármica / O trabalho e a espiritualidade / Reiki, processo de cura / Lei da atração / Como implantar na Terra a era de luz? / Chegada da nova era.
Os Evangelhos foram suprimidos no que tange à vida de Cristo
até os seus 33 anos de idade. Porém revelam que a família, em
fuga do rei Herodes, foi para o Egito. E os documentos considerados
"apócrifos", relatos originais da época porém não reconhecidos por
contrariarem as tradições religiosas, afirmam que O Mestre foi
iniciado na Escola de Mistérios Egípcia, tendo nela oficiado junta-
mente com os seus mais elevados Instrutores. Existem relatos da
sua passagem pela Índia e pelo Tibet, grandes centros espirituais e
iniciáticos do planeta, após o que foi cumprir a sua missão na Terra.
As cavernas de Qumram, na Palestina, a noroeste do Mar Morto,
onde em 1947 foram descobertos os mais sensacionais documentos
históricos dos tempos de Jesus. Tais documentos, denominados "Os
Manuscritos do Mar Morto", são registros autênticos efetuados pela
Fraternidade dos Essênios ( da qual inclusive Cristo fez parte!), e
colocam por terra todos os mitos bíblicos, pelo fato de conterem
espantosas revelações acerca da vida secreta do Mestre.
E teria Jesus Cristo morrido mesmo na cruz?
Tudo indica que NÃO! Antigos manuscritos Essenianos revelam
que Cristo até tinha a simpatia de Pôncio Pilatos e que um édito do
imperador Tibério suspendeu a tempo a execução. Para dar uma
satisfação à turba que exigia a sua morte, teria sido armada uma
bem montada farsa, conforme demonstram as fortíssimas e além
de tudo reveladoras evidências:
1) A suposta execução, ao contrário das outras, não foi uma cerimônia
pública, mas, sim, realizada em local privado, com o povo à distância.
2) Uma morte na cruz não ocorria em poucas horas. A agonia era horrí-
vel e durava por cerca de três dias. Uma tortura verdadeiramente cruel.
3) No caso de Cristo, sua "morte" ocorreu em poucas horas e podemos ler
na Bíblia que alguém impediu que as suas pernas fossem quebradas. Um
ato de piedade que abreviava a morte real dos condenados pelo suplício.
4) Os antigos manuscritos dizem que a "lança embebida em vinagre" que
foi oferecida pelo centurião quando Cristo pedira água, era, na verdade,
um poderoso sonífero (talvez ópio) de modo a simular a morte do Mestre.
4) Condenados à crucificação não mereciam sepultamento e leis romanas
eram rígidas nesse sentido. Os corpos deveriam apodrecer, entregues aos
abutres. No caso de Cristo, Pilatos determinou a entrega do corpo a José
de Arimatéia, que o depositou no sepulcro de sua propriedade!
MANUSCRITOS DO MAR MORTO
Os Pergaminhos do Mar Morto ou manuscritos do Mar Morto são uma colecção de cerca de 850 documentos (em pergaminho), incluindo textos da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), que foram descobertos entre 1947 e 1956 em 11 cavernas próximo de Qumran, uma fortaleza a noroeste doMar Morto, em Israel (em tempos históricos uma parte da Judéia). Eles foram escritos em Hebraico, Aramaico e grego, entre o século II a.C. e o primeiro século depois de Cristo. Foram encontrados mais de oitocentos textos, representando vários pontos de vista, incluindo as crenças dosEssénios e outras seitas.
Os textos são importantes por serem praticamente os únicos documentos bíblicos judaicos hoje existentes relativos a este período e porque eles podem explicar muito sobre o contexto político e religioso nos tempos do nascimento do Cristianismo. Os pergaminhos contêm pelo menos um fragmento de todos os livros do das escrituras hebraicas, exceto o livro de Ester. Além de fragmentos bíblicos, contêm regras da comunidade, escritos apócrifos, filactérios, calendários e outros documentos.
A doutrina que João pregou no deserto já era conhecida dois séculos antes. Alguns judeus particularmente piedosos (os Hassidim) admitiam estar próximo o fim do mundo, por acreditarem no que dizia o livro dos Macabeus (I. Mac. 1,2).
Os judeus tiveram sempre pouca sorte com os estrangeiros. Depois do exílio da Babilónia vieram os Persas. Alexandre venceu-os em 333 a. C. e repartiu o Império. Duzentos anos antes da era cristã os Sírios conquistaram o poder na Judeia.
Os Hassidim protestaram contra a impiedade do seu tempo. Perseguidos, abandonaram as aldeias e refugiaram-se no deserto, entre Jerusalém e o Mar Morto, num local chamado Qumram. São os antepassados dos Essénios. Alguns desses Essénios separaram-se do movimento, cheios de ceticismo. Deram origem à seita dos Fariseus.
O estudo comparado dos manuscritos do Mar Morto, como ficaram conhecidas as produções literárias dos Essénios, e do Novo Testamento, estabelece a existência, não de simples coincidência, mas de uma evidente dependência direta deste, no que toca às palavras, às ideias e às próprias doutrinas.Estes manuscritos, descobertos entre 1947 e 1956 foram, na sua maioria, escritos antes da era cristã e guardados em rolos, dentro de vasilhas de barro. Só alguns foram redigidos depois da morte de Jesus.
A maior parte dos manuscritos do Mar Morto foram escritos com tinta sobre pele de carneiro. Geza Vermes, um estudioso bíblico da Universidade inglesa de Oxford, considera ser "Um escândalo acadêmico que aproximadamente 300 rolos, dos cerca de 1000 que foram descobertos, ainda não tenham sido revelados".
Muitos destes manuscritos estão guardados em diversas universidades, em Israel, Estados Unidos, França e Inglaterra.
A língua usada nos manuscritos é o aramaico, uma língua morta. No trabalho de tradução recorre-se ao computador, que dispensa o manuseio (e a consequente deterioração) das peças originais. As dificuldades são muitas. Para se formar um rolo é preciso juntar-se grande número de fragmentos, porque as "folhas" originais estão ressequidas e partidas.
A crescente ansiedade dos estudiosos bíblico relaciona-se com a desejada prova da ligação de Jesus à Ordem dos Essénios, particularmente depois dos 13 anos, a identificação histórica de Jesus e a confirmação da dependência do Novo Testamento desses manuscritos. A sua divulgação tem sido dificultada por razões não exclusivamente técnicas.
O ano originalmente combinado para a divulgação do conteúdo dos manuscritos era 1970. Depois, os israelitas prometeram a sua publicação para 1997. Um dos motivos para esta demora e que o seu conteúdo seria espetacular demais para a fé judaico-cristã, abalando eventualmente as estruturas hierárquicas religiosas. O escritor americano Edmund Wilson fundamentava esta hipótese referindo a conhecida tentativa de minimizar a importância dos manuscritos.
Antes da descoberta dos Rolos do Mar Morto, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam da época do nono e do décimo século da era cristã. Havia muitas duvidas se se podía mesmo confiar nesses manuscritos como cópias fiéis de manuscritos mais antigos, visto que a escrita das Escrituras Hebraicas fora completada bem mais de mil anos antes.
Mas o Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos Rolos do Mar Morto, declarou: “O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa.”
O rolo mencionado por Barrera contém o inteiro livro de Isaías. Diferentemente do Rolo de Isaías, a maioria deles é representada apenas por fragmentos, com menos de um décimo de qualquer dos livros. Os livros bíblicos mais populares em Qumran eram os Salmos (36 exemplares), Deuteronômio (29 exemplares) e Isaías (21 exemplares). Estes são também os livros mais freqüentemente citados nas Escrituras Gregas Cristãs.
Embora os rolos demonstrem que a Bíblia não sofreu mudanças fundamentais, eles também revelam, até certo ponto, que havia versões diferentes dos textos bíblicos hebraicos usadas pelos judeus no período do Segundo Templo, cada uma com as suas próprias variações. Nem todos os rolos são idênticos ao texto massorético na grafia e na fraseologia. Alguns se aproximam mais da Septuaginta grega.
Anteriormente, os eruditos achavam que as diferenças na Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de invenções deliberadas do tradutor. Agora, os rolos revelam que muitas das diferenças realmente se deviam a variações no texto hebraico. Isto talvez explique alguns dos casos em que os primeiros cristãos citavam textos das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do texto massorético. — Êxodo 1:5; Atos 7:14. Assim, este tesouro de rolos e fragmentos bíblicos fornece uma excelente base para o estudo da transmissão do texto bíblico hebraico. Os Rolos do Mar Morto confirmaram o valor tanto da Septuaginta como do Pentateuco samaritano para a comparação textual.
Os pergaminhos Fornecem uma fonte adicional para os tradutores da Bíblia considerarem possíveis emendas ao texto massorético. Por exemplo, em vários casos, eles confirmam decisões feitas pela Comissão da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, para restaurar o Nome de Deus nos lugares onde havia sido removido do texto massorético.
Os rolos que descrevem as normas e as crenças da seita de Qumran tornam bem claro que não havia apenas uma forma de judaísmo no tempo de Jesus. A seita de Qumran tinha tradições diferentes daquelas dos fariseus e dos saduceus. É provável que essas diferenças tenham levado a seita a se retirar para o ermo. Eles se encaravam como cumprindo Isaías 40:3 a respeito duma voz no ermo para tornar reta a estrada de YHWH. Diversos fragmentos de rolos mencionam o Messias, cuja vinda era encarada como iminente pelos autores deles. Isso é de interesse especial por causa do comentário de Lucas, de que “o povo estava em expectativa” da vinda do Messias. — Lucas 3:15.
Os Rolos do Mar Morto ajudam até certo ponto a compreender o contexto da vida judaica no tempo em que Jesus pregava. Fornecem informações comparativas para o estudo do hebraico antigo e do texto da Bíblia. Mas o texto de muitos dos Rolos do Mar Morto ainda exige uma análise mais de perto. Portanto, é possível que haja mais revelações. Deveras, a maior descoberta arqueológica do século XX continua a empolgar tanto eruditos como estudantes da Bíblia..
Israel Knohl
O acadêmico israelita Dr. Israel Knohl, presidente do Departamento Bíblico da Universidade Hebraica de Jerusalém e professor convidado nas universidades de Berkeley e de Stanford, apresenta no seu livro: "The Messiah Before Jesus" (O Messias antes de Jesus), com base nestes pergaminhos, a tese de que à volta do ano do nascimento de Jesus Cristo tinha falecido um suposto Messias, chamado Menahem, o essénio, em circunstâncias semelhantes àquelas em que o próprio Jesus mais tarde viria a morrer. Jesus teria tido conhecimento desta história.
Menahem, ou Menachem, o líder de uma seita judaica de Qumran, anunciava aos seus seguidores uma nova era. Tentou liderar uma revolta contra os Romanos, mas acabou morto por estes, que proibiram que o seu corpo fosse enterrado; após três dias os discípulos de Menachem afirmaram que tinha ressuscitado e ido para o céu. Este grupo de discípulos, ao contrário dos cristãos, logo se dissipou.
Este Menahem teria, segunto Knohl, falecido por volta de 4 a.C.
Michael Wise
Um outro académico, o cristão Michael Wise , professor nos Estados Unidos, afirma que o messias dos pergaminhos se chamava Judah e morreu de forma violenta por volta de 72 a.C.
Wise publicou o livro "The First Messiah" em 1999.
Controvérsia
A associação de Jesus Cristo com a seita dos essênios ou sua influência sobre estes é controversa. Os essênios, que viviam em comunidades isoladas, tinham conceitos muito diferentes dos das outras seitas judaicas (Saduceus, Fariseus) sobre a Leide Moisés. Preocupavam-se em especial com a purificação pessoal, eram geralmente celibatários e vestígios encontrados nas cavernas de Qumran indicam que se vestiam apenas com túnicas brancas e acessórios simples. Havia uma interpretação muito rígida da guarda do sábado, pois segundo suas regras, até fazer suas necessidades fisiológicas era considerado violação do sábado. É difícil conciliar ensinamentos tão rígidos da seita dos essênios com os ensinamentos de Jesus Cristo, que chegou a ser acusado pelos líderes da seita dos fariseus de violar o sábado e era visto com cobradores de impostos e pecadores, algo inadmissível para os moradores de Qumran. Note-se porém que os relatos dos cristãos sobre os fariseus distorcem por vezes a realidade, tentando criar uma maior diferença entre os fariseus e os cristãos.
FONTES DE PESQUISA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pergaminhos_do_Mar_Morto
http://www.moacirsader.com/evangelh.htm
http://www.acasicos.com.br/html/apocrifos.htm
http://www.autoresespiritasclassicos.com/Evangelhos%20Apocrifos/Livros%20Apocrifos%20Gratis.htm
http://www.autoresespiritasclassicos.com/Evangelhos%20Apocrifos/Decreto%20Gelasiano/Evangelhos%20Apocrifos.htm
http://br.geocities.com/elijah11maquedes/mar.html
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
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